sábado, 1 de outubro de 2011

Nada pode mudar o que sinto

Nada pode mudar o que sinto, eu sei. Ainda guardo dentro de pensamentos subterrâneos em profundidade cada vez maior, os tormentos que não posso controlar. Escuto seus gritos à noite. Chegando mais e mais perto o sussurro da certeza de que não sou capaz de controlar tudo durante todo tempo. Ando no limite que corta aquilo que sou do que sinto. Cada passo me parece uma chance de cair e não saber o caminho de volta. A incerteza de não aprender a levantar e permanecer em uma queda eterna segue a me rondar. Meus pés tocam as pedras frias da desesperança na beira desse abismo de dualidades. Minhas últimas palavras lavam as pegadas deixadas de um passado perdido em esquecimento. Nada pode mudar o que sinto, eu sei. Esse meu coração cercado de rosas repletas de espinhos e ainda estou sangrando, pois não descobri a maneira de tirá-lo dali. Dias morrendo e nascendo diante minha espera, como se dissessem algo que ainda não consigo compreender ou ouvir. Os lábios se movem, mas não ouço uma palavra sequer. Se ao menos a escuridão desse lugar me trouxesse proteção. Todos estes vazios que permitem as sombras invadirem os cantos e demorarem horas para irem embora. Elas não me ferem mais da forma como a memória tenta me assombrar, mas me consomem agora que a solidão não me aprisiona mais. De alguma forma, sei que existe o outro lado em algum lugar onde tudo poderá mudar. Você pode me ouvir? Me abrace onde quer que esteja e me deixe ficar, eu estou esperando sem a companhia da esperança que não é mais minha aliada inseparável, mas ainda sei viver. Nada pode mudar o que sinto. Meus versos de amor estão chovendo e molham seu rosto, pois estão onde eu queria estar. Traga aquele teu sorriso que guarda dentro dos olhos e me diga que estive na fuga dos teus passos, mas estou aqui. Não seria mais capaz de apagar as marcas que teu sorriso sempre deixam em mim, são cicatrizes que não desaparecem com o tempo. Nada pode mudar o que sinto. Fecho os olhos quando a dor é demais, mas eu volto a abri-los. Um dia a face da moeda muda, o jogo vira, a estrada chega na encruzilhada. Todo sonho e todo pesadelo tem seu fim, eu estive perdida, mas estou construindo meu próprio caminho agora. Nada muda o que sinto, mas os pensamentos subterrâneos estão afundando e não posso ficar para desmoronar junto com eles..

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