quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Nem tente olhar pra trás


E nem tente olhar pra trás nesse momento.
Buscando minhas pegadas, minhas palavras.
Enxerguei de perto a imensidão do meu tormento.
Engoli cada falso sorriso em um manto de desespero.
Eu parti antes de assistir minha última noite morrer.
Fugi das tuas suplicas mudas antes de por elas enlouquecer.
E nem adianta por um segundo desejar minha presença.
Minha falta não te toca. Não te joga na dor da ausência.
Cansei de tentar encaixar minha vida em teus rascunhos.
Desenhar minha rota em teus perdidos confusos caminhos.
Estive sentada na beira da tua estrada. Esperando só por horas.
Contemplando o silêncio. Sufocando meus sentimentos.
Ouça! Não pronuncie nem sequer uma palavra agora.
Pois sabemos que elas pra você não significam nada.
E logo nada disso a sua volta irá importar.
Tudo tem andado mesmo fora do lugar.
Jogados no ar como pássaros no infinito.
Invisíveis como teus pensamentos esquecidos.
A solidão te persegue por todos os cantos do mundo.
Tua vida permanece paralisada em meio ao caos profundo.
Odeio imaginar a dor que te atirou nessa escuridão vazia.
Arrastando teus dias em uma permanente melancolia.
Mas meus passos me afastam de você. Mesmo em desespero, optei por viver.
E quando o sol beijar tua pele e iluminar teu sofrimento.
Minhas lágrimas irão lavar tuas pegadas sem mais medo.
O mar irá levar embora as cicatrizes do velho passado.
Dançarei sorrindo e sozinha na coreografia livre do vento.
Então, minha alma ferida, quase apagada, terá se encontrado..

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