Eu lembro do meu rosto, da
minha pele, dos meus ossos e dos meus sonhos. Nos dias mais difíceis de sair da
cama, eu lembro que existo. Eu não gosto daqui e penso em te pedir pra ir
embora comigo, mas não sei pra onde ir e nenhum motivo que te fizesse fugir. Eu
lembro da minha infância solitária no meio do campo de flores amarelas. O mundo
não poderia ser melhor do que aquilo. O mundo não precisava ser. Eu me sentia
livre. Eu podia ser tudo o que eu desejasse. Não precisava de nada e de
ninguém. O céu colorido e as flores amarelas me bastavam. Eu sabia. A gente
cresce. É triste ser adulto. É triste crescer e ignorar as flores e o céu que
se torna cinza. Eu acreditava que a infância era cheia de medos e, veja bem, os
maiores monstros que vivem embaixo da minha cama são os de hoje em dia. A gente
finge demais e se importa com o que falam demais. Sem perceber que as pessoas
não cansam de falar e, muitas vezes, nem ao menos sabem o que estão dizendo. A
gente é chato e pensa no que é certo e o que é errado o tempo todo. Eu nem sei
quem inventou o certo e o errado. Nem sei por que tenho que acreditar em tudo
que me dizem. Teria te levado comigo pra deitar embaixo das nuvens no campo de
flores amarelas enquanto te contaria todos os meus sonhos esquecidos. Te levaria
comigo pra qualquer lugar. Se você estivesse na minha infância, eu não teria medo de pensar se você viria. Se gosta de mim. Se aceitaria. Se. Te pegaria pela mão e desafiaria todos os nossos medos. Te pegaria pela mão e te levaria comigo pra dentro do teu abraço. Mas a gente cresce. É triste ser adulto.
terça-feira, 28 de maio de 2013
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Você vai dizer sorrindo que o verão está indo embora
Você vai
dizer sorrindo que o verão está indo embora, pois sei que gosta do frio. Eu não
vou sorrir de volta, prefiro o calor, os dias de sol, a cerveja gelada. Mas não
consegui ficar triste pressentindo o frio que virá, porque penso em ti pra me
aquecer dentro de um abraço quente. A vida me ensinou que quem corre, tropeça e cai. Então,
vamos ir devagar enquanto o tempo nos carrega junto com ele. Quero que entenda
que eu posso ajudar na tua confusão, também. Não precisamos ter pressa. Eu não
tinha pra onde ir antes e já tinha até me acostumado a não ter direção. Então,
podemos caminhar junto com a brisa de outono que começa a surgir no final da
tarde. Posso segurar tua mão quando sentir que está caindo. Posso te emprestar
meu casaco se tiver frio. Posso te contar histórias pra não morrer de tédio. Posso
te lembrar todos os dias que foi esse sorriso que me fez ficar. Olha, quando eu
pedir pra que fique perto de mim, não pensa demais, apenas fica. Quando eu
precisar de distância, não tenha medo. Eu vou me afastar, mas sempre volto
assim que puder. Existem coisas que só resolvo comigo mesma. E se fosse pra ir
embora, eu não diria nada, apenas sairia pela porta. Não sei lidar com
despedidas. É difícil, eu sei. Tenta compreender só aquilo que puder alcançar
com os olhos e mais nada. Não se preocupa demais. Deixa o resto ir vindo
devagar com o calor das horas. Não consigo mais me esconder de você. Se eu
fechar os olhos pra te dar um beijo, não esqueça que tudo que mais quero no
mundo é guardar essa lembrança. Se deixasse os olhos abertos, eu fugiria. Muito
já fugi na vida, então perdoa minhas falhas e meu jeito todo errado. Não sei
direito o que se faz quando se quer ficar. O tempo muda tudo. Logo, não seremos
mais essas pessoas que estão sorrindo. Vamos aproveitar esses pequenos
momentos. Quando eu segurar tua mão e não disser nenhuma palavra. Apenas segura ela de
volta. Você vai dizer sorrindo que o verão está indo embora, pois eu sei que gosta do frio e eu irei com você.
Assinar:
Postagens (Atom)