domingo, 25 de julho de 2010

Dança das Cortinas Aflitas

Estou sempre fugindo. Sempre dizendo adeus.
De encontro ao desencontro. De encontro ao desencanto.
Estou longe da partida. Mais ainda da chegada.
Reencontrando minhas vidas. Até sermos deuses.
E a solidão não ser aquela sonbra triste em nossos olhos.
Estive perto demais. Espiando o tormento alheio.
Descubro no canto do olhar, em frente ao espelho,
As marcas pequenas da velha dor.
Paguei minhas dívidas. Desafiei os espíritos antigos.
Não durma apenas esta noite. Assista a dança das cortinas aflitas..

domingo, 18 de julho de 2010

Save me from the dark..

Não esqueça de me acordar durante o sol desta manhã.
Cansei das gotas frias que caíram sobre o meu mundo solitário e vazio.
Quero assistir aos raios em contraste com a tua pele ao te tocar.
Refletindo a luz que brilha em meus olhos ao te olhar. Queimando em mim.
Respiramos a agonia de viver sem ter o amanhã seguro em nossas mãos.
E há vezes em que o hoje não traz nada além da dor que parece sufocar.
Há muito tempo meu sorriso se perdeu em alguma lágrima caída.
Me pergunto se sabemos os motivos que nos trouxeram a este lugar.
Estou aqui, bem diante de você com a incerteza que me resta.
Me agarro neste instante para sobreviver e resgatar o que existe de você.
Te busco pelo espaço em cada ilusão e pesadelo que nos cerca.
Você se esconde em retratos de razão e sonhos abstratos sem promessas.
Se perde tantas vezes. Corre até cair. Cansa de todo recomeço.
Trago de volta os teus passos junto a mim e te apresento meus segredos.
Eu tenho falhas, mas não posso te perder. Quero ficar na tua estrada.
Sei que deseja a fuga dos dias normais e eu te absorvo em palavras.
Seguro tua mão e guardo os teus medos no meu desejo de tentar te decifrar.
Você espanta o tormento do silêncio e as noites de gelos não podem mais assombrar.
Eu sorri para os seus fantasmas e te roubei de um universo decadente.
Te transportei para um sonho absurdo e irreal, onde não se pensa, apenas sente.
Não feche os olhos, logo irá amanhecer então voltaremos para o concreto.
Agora os segundos estão soltos e perdidos. Livres flutuando pelo quarto.
Se permita um só segundo renascer e enxergar o mundo por novos focos.
Irei lutar por muito tempo e conquistar meu lugar permanente ao teu lado.
Mas agora, enquanto o sol vindo estiver, tente apenas esquecer.
Esqueça o medo que te impede de viver.
Deite comigo e finja me pertencer..

sábado, 17 de julho de 2010

Mil estradas..

Noites se perdem no meu céu. Sonhos me trazem de volta.
Te tenho, mas te perco. Sou um fantasma. Sou um erro.
Minha alma presa em algum lugar. Em devaneios tão distantes.
Você não pensa em me encontrar? Versos escorrem das paredes.
Busco em vão, velhas lembranças. Vejo o sol sob a neblina.
Apago a dor na solidão. Por um segundo, sou teu sonho.
Lábios se tocam e se perdem. Te vejo sobre mil estradas.
Saindo, logo de partida. Não! Espero que me ligue.
Desista dos dramas e agonias. Sufoco meu espírito em mentiras.
Desejo tanto que sejas livre. Desejo tanto você..
Sob o céu sublime, noites frias. Fecha seus olhos tão exaustos.
Apaga a luz que me alimenta. Há muito sente que teu erro pesa.
Rostos, passos, devaneios. Perdendo o rumo em mil atalhos.
Sei que nunca quis me ver assim. Mas não sei o que seus olhos vêem em mim..
Em meio aos gritos, o silêncio. Aprisionada a minha imensidão.
Caindo, então percebo. Não fui eu que tive tanto medo.
É você que foge de si mesmo. Deixando um vazio em mim...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Tenho uma casa, uma rua, então..

Segure minha mão. Me permita te guiar por este instante.
Te apresentar as cores lúdicas em cantos mudos.
Te fazer enxergar os sons das folhas dançando ao vento.
Eu sou o que os normais chamariam de errante.
Não trilhei nos rumos certos. Tenho a razão como absurdo.
Às vezes, esqueço o que é concreto e me transporto em pensamento.
Esta noite, te carregarei para dentro de meu planeta insano.
Buscaremos linhas abstratas em sentidos contrários.
Enxergando luzes paralelas em estradas tortas.
Você, que não se importa em mergulhar em meu devaneio.
Caminha ao meu lado em um campo imaginário.
Dirige livre pelo meu universo. Derruba as velhas portas.
Não teme o distante e admira o estranho.
Descobri no teu olhar um infinito de sonhos soltos.
Procuro formas de encontrar a tua alma entre as nuvens.
Longe de ti as horas se escondem dentro de meus bolsos.
Chove na rua e em meus olhos tenho a imagem do teu rosto.
Queria desafiar tuas palavras e percorrer a tua história.
Queria o doce gosto do teu beijo gravado na minha memória.
Só não pense em partir, ainda é cedo para ir embora.
Um cedo que desejo que seja paralisado no tempo.
Você disse que estaria onde eu estivesse agora.
Tenho em mim cada segundo deste momento.
Estou deixando em suas mãos o resto do meu mundo.
Aquele que, um dia os pedaços, resgatei da destruição.
Seu olhar despertou a luz esquecida no escuro de meus olhos.
Minha solidão encontrou a tua, então juntas se deram as mãos..

Em um Planeta Distante..

Gostaria de te levar comigo para qualquer lugar.
Percorrer o desconhecido e te trazer para perto de mim.
Desconstruir teus pensamentos ocultos.
Apagando o gosto amargo de velhas memórias esquecidas.
Sinto o sol do teu sorriso iluminar a escuridão da minha alma.
O mistério de minhas palavras desafiar tua consciência.
Assisto teu sono à noite. Invado teus sonhos distantes.
Ouço tua voz em algum suspiro no horizonte.
Minha pele se torna gelo longe das suas mãos.
Meus pensamentos se jogam na busca dos teus.
Te sigo pelas calçadas vazias. Vejo a noite morrendo em dia.
Teus passos em meio à multidão de fantasmas no escuro.
Preciso deitar ao teu lado e esquecer o que é mundo.
Fugir para um universo distante. Onde não há farsas.
Beber suas palavras e o resto é silêncio.
Estaremos onde nada mais nos fará falta.
Tornaremos nosso profundo instante em eterno..

Quem sou?!

Sou errante, sou tropeço, sou abismo, sou eu mesmo.
Tento desafiar segredos sinceros que esperam serem desvendados.
Corro contra tempo, pois os segundos já não me agradam.
Mergulho contra corrente. No que não se sente. No que está esquecido.
Saio de mim, pois não me basto, não me acho. Não aceito meias verdades.
Digo o que deve ser dito, o que não se diz. Tudo o que é estranho, feio, bonito.
Da minha boca saem flores e espinhos que escorrem pelas ruas da cidade.
Beijo palavras. Sinto frases que me corroem esperando tradução.
Teu olhar me acusa em suaves tiros de ser um espírito passional.
Mas caí nesse planeta caos e nem me atiraram pára-quedas.
Te assisti sucumbindo na lama da razão em uma vida real.
Enquanto deito nas nuvens de meu mundo paralelo das idéias..