E
nem tente olhar pra trás nesse momento.
Buscando
minhas pegadas, minhas palavras.
Enxerguei
de perto a imensidão do meu tormento.
Engoli
cada falso sorriso em um manto de desespero.
Eu
parti antes de assistir minha última noite morrer.
Fugi
das tuas suplicas mudas antes de por elas enlouquecer.
E
nem adianta por um segundo desejar minha presença.
Minha
falta não te toca. Não te joga na dor da ausência.
Cansei
de tentar encaixar minha vida em teus rascunhos.
Desenhar
minha rota em teus perdidos confusos caminhos.
Estive
sentada na beira da tua estrada. Esperando só por horas.
Contemplando
o silêncio. Sufocando meus sentimentos.
Ouça!
Não pronuncie nem sequer uma palavra agora.
Pois
sabemos que elas pra você não significam nada.
E
logo nada disso a sua volta irá importar.
Tudo
tem andado mesmo fora do lugar.
Jogados
no ar como pássaros no infinito.
Invisíveis
como teus pensamentos esquecidos.
A
solidão te persegue por todos os cantos do mundo.
Tua
vida permanece paralisada em meio ao caos profundo.
Odeio
imaginar a dor que te atirou nessa escuridão vazia.
Arrastando
teus dias em uma permanente melancolia.
Mas
meus passos me afastam de você. Mesmo em desespero, optei por viver.
E
quando o sol beijar tua pele e iluminar teu sofrimento.
Minhas
lágrimas irão lavar tuas pegadas sem mais medo.
O
mar irá levar embora as cicatrizes do velho passado.
Dançarei sorrindo e sozinha na coreografia livre do vento.
Então, minha
alma ferida, quase apagada, terá se encontrado..